proposta para uma noite de sábado bem passada
...pois é, esta semana a coisa está complicada, vou blogar à distância (um amigo vai-me colocar qq coisa por aí durante estes dias...).
...pois é, esta semana a coisa está complicada, vou blogar à distância (um amigo vai-me colocar qq coisa por aí durante estes dias...).
O disco foi o primeiro que ouvi e, sorte do c…, continua a ser o preferido: Mingus at the Cafe Bohemia, de 1955. Uma gravação espantosa, onde até se ouve o guinchar de um pedal de bombo mal oleado.
"In other words I am three. One man stands forever in the middle, unconcerned, unmoved, watching, waiting to be allowed to express what he sees to the other two. The second man is like a frightened animal that attacks for fear of being attacked. Then there's an over-loving gentle person who lets people into the uttermost sacred temple of his being and he'll take insults and be trusting and sign contracts without reading them and get talked down to working cheap or for nothing, and when he realizes what's been done to him he feels like killing and destroying everything around him including himself for being so stupid. But he can't - he goes back inside himself. Which one is real? They're all real."
Foto: Merritt
...tou lá! ah, e para as novidades dos new connection, passem por aqui ah! e no domingo à tarde mais um sunday show na bomba suicida... uf!
“Sou Herman Hesse, o escritor…” dito por um puto lourinho de 10 anos é improvável “…o que se passa é que sou uma projecção de H.H. que se materializa nesta casa onde o escritor trabalha.” Pedido “… dás-te conta que com a tua incredibilidade me relegaste para o mundo da fantasia, e que já não poderei sair daqui?”.
“Chegado a este ponto tudo pode ser invenção. Até o leitor pode ser fruto da nossa imaginação!”
A jornada prossegue… Parece que embarcamos em kerouac, num dos seus devaneios cósmicos:
“O mundo é estável apenas em virtude do secreto. Há em alguma parte, à sombra de um templo, personagens desconhecidas que projectam o peso do seu encantamento nos pratos da balança cósmica. Eu conheci alguns deles.”
… recorda-me o Coltrane de ontem… ou as descrições de jazz do kerouac.
um abraço de parabéns para o meu primo jorge (outro sonhador).
... há algo de tremendamente belo neste momento aqui capturado. não sei porquê, fez-me lembrar que este é um blog essencialmente existencialista. pessimista. cínico. sem paciência. amoral (tenta-se). devia talvez caminhar para o surreal. um espaço a ser (re)pensado... nos próximos tempos, existencialista.
Esse indivíduo passeia-se onde outrora exerceu o seu o seu inconcebível e obsoleto comércio, mas mantém-se imperturbável. Os seus olhos são pretos com uma calma invisível de insecto. Parece alimentar-se de mel e xaropes, que sorve através de uma espécie de tromba.
The Man Who Taught His Asshole to Talk
Did I ever tell you about the man who taught his ass to talk? His whole abdomen would move up and down you dig farting out the words. It was unlike anything I had ever heard.
This ass talk had sort of a gut frequency. It hit you right down there like you gotta go. You know when the old colon gives you the elbow and it feels sorta cold inside, and you know all you have to do is turn loose? Well this talking hit you right down there, a bubbly, thick stagnant sound, a sound you could smell.
This man worked for a carnival you dig, and to start with it was like a novelty ventri- liquist act. Real funny, too, at first. He had a number he called The Better Ole that was a scream, I tell you. I forget most of it but it was clever. Like, "Oh I say, are you still down there, old thing?"
"Nah I had to go relieve myself."
After a while the ass start talking on its own. He would go in without anything prepared and his ass would ad-lib and toss the gags back at him every time.
Then it developed sort of teeth-like little raspy in- curving hooks and start eating. He thought this was cute at first and built an act around it, but the asshole would eat its way through his pants and start talking on the street, shouting out it wanted equal rights. It would get drunk, too, and have crying jags nobody loved it and it wanted to be kissed same as any other mouth. Finally it talked all the time day and night, you could hear him for blocks screaming at it to shut up, and beating it with his fist, and sticking candles up it, but nothing did any good and the asshole said to him Its you who will shut up in the end. Not me. Because we dont need you around here any more. I can talk and eat AND shit.
After that he began waking up in the morning with a transparent jelly like a tadpoles tail all over his mouth. This jelly was what the scientists call un-D.T., Undifferentiated Tissue, which can grow into any kind of flesh on the human body. He would tear it off his mouth and the pieces would stick to his hands like burning gasoline jelly and grow there, grow anywhere on him a glob of it fell. So finally his mouth sealed over, and the whole head would have have amputated spontaneous- except for the EYES you dig. Thats one thing the asshole COULDNT do was see. It needed the eyes. But nerve connections were blocked and infiltrated and atrophied so the brain couldnt give orders any more. It was trapped in the skull, sealed off. For a while you could see the silent, helpless suffer- ing of the brain behind the eyes, then finally the brain must have died, because the eyes WENT OUT, and there was no more feeling in them than a crabs eyes on the end of a stalk.
Fotos: Dee Love
Uma tarde, fechei os olhos e vi Nova Iorque em ruínas. Na rua 42, enormes centopeias e escorpiões entravam e saiam a rastejar de bares, cafetarias e drugstores vazios. Ervas daninhas cresciam através de buracos e fendas. Não se via ninguém. William Burroughs, Junky
Foi difícil escolher por onde começar. Música é o meu principal vício e vou ouvindo muita coisa. Não segui a lógica do "CD da Minha Vida", preferi escolher o primeiro que me veio á cabeça: "dead combo - vol. 1 ". Uma viagem ao mundo das bandas sonoras de westerns imaginários e ficção científica pós moderna. Instrumental, apenas, arriscado, mas muito bem conseguido, um cd para ouvir e ouvir e ouvir... guitarra(s), contrabaixo, harmónica.Adiram ao "disco às terças"!

Pintura: Burroughs (Carnival)
O efeito da morfina sente-se, primeiro, na parte de trás das pernas e, depois, atrás do pescoço, uma vaga relaxante que se propaga descontraindo os músculos de todos os ossos de modo que uma pessoa se sente a flutuar. É como boiar em água salgada.
Quando essa vaga relaxante começou a propagar-se através dos meus tecidos, fiquei com medo. Tinha a sensação de uma imagem horrível a mover-se fora do meu campo de visão. Virava a cabeça, mas não conseguia vê-la. Senti-me enjoado; deitei-me e fechei os olhos. Uma série de imagens passou diante dos meus olhos, como num filme. Um enorme bar de hotel iluminado a néon que foi ficando cada vez maior até incluir ruas, tráfego e obras nas ruas; uma empregada com um crânio numa bandeja; estrelas no céu límpido.
O impacto físico do temor da morte; a impossibilidade de respirar; o sangue a parar nas veias.
William Burroughs, Junky
“A vida que nos calhou em sorte nunca nos parece ser suficientemente rica ou excitante. Receia-se estar a perder algo de muito melhor na cidade vizinha ou no quarto ao lado. A existência humana é constantemente minada pela terrível suspeita de que a vida é noutro lugar”. José Carlos Fernandes

cru, visceral, sensual
um punch de pj no seu melhor...
vejam mais aqui

estratégia. espalhar o vírus por todo lado. a começar pela televisão. nas telenovelas (e revistas afins) as raparigas adoptam ratazanas juvenis “tão queridas”; “são tão asseadas…”; “toda a malta fixe tem uma”. em seguida são adoptados pela publicidade. a Nike gasta fortunas a realizar anúncios com efeitos especiais prodigiosos (partidas de futebol entre galácticos e ratazanas,…). finalmente, a pornografia é associada a estes simpáticos animaizinhos. o vírus está espalhado… fotos: banksy
jazz manel, músico talentoso
aquelas situações complicadas. vais para dizer “foda-se, este metro é mesmo porreiro”
normalmente a (má) sorte não me tem dado estes dois segundos providenciais: sempre que digo mal de alguma coisa (o que acontece com alguma frequência...) tenho a pontaria de ofender uma pessoa que por acaso esteja mesmo ao meu lado.
exemplo: troca de prendas de natal. almoço de trabalho num barco no douro. “foda-se, uma merda de um livro de psicologia. foi de certeza o cabrão de um psicólogo…” a J., mesmo ao meu lado, ruborizou e olhou para o chão… tento ter mais cuidado mas de vez em vez lá me sai uma destas… chama-se a isso falar de mais, ser um bocadinho parvo e ter um bocado de azar…
meter las patas...