sexta-feira, abril 28, 2006
quinta-feira, abril 27, 2006
quarta-feira, abril 26, 2006
escarro
Já tinha tido um outro companheiro improvável. Mas o animal tinha por hábito escarrar. Constantemente. Perdi a companheira da altura, a quem o bicho causava náuseas. Pena, uma tipa muito interessante...
Costumava passear com ele à meia luz, em locais barulhentos, para disfarçar (ia muito ao Cais do Sodré). Trazia o ranho para a bochecha esquerda, onde o ia acumulando. Cada ciclo durava cerca de cinco minutos. Com um movimento rápido, profissional, escarrava. Nascera para aquilo. Teve um fim triste, quando um dia, em vez de cuspir, engoliu. Não lhe guardo grandes saudades...
lado a lado os dois companheiros improvaveis assobiam
Com vian, ébrio companheiro, no braço direito… a subida é um bocado penosa. Castelo. Vian salta-me para o ombro esquerdo, desmaia. Cabrão do peixe. Ainda por cima cheira mal. Mas é um bom companheiro. Silencioso. Sempre disposto a despachar um moscatel. Sonhador. Delirante.
Foi concebido no Bairro Alto, aquando da gravação do Vol.1 dos Dead Combo, numa garrafa transformada em aquário. Nasceu alcoólico e com um índice de realidade preocupantemente baixo. Hoje admira Tiger Man. É acusado de ser snob em relação à música. Mas temos bons momentos, a assobiar melodias pela estrada fora. Eu a pé. Ele a flutuar. Cambaleante. Caminhamos muito... os dois...
Foi concebido no Bairro Alto, aquando da gravação do Vol.1 dos Dead Combo, numa garrafa transformada em aquário. Nasceu alcoólico e com um índice de realidade preocupantemente baixo. Hoje admira Tiger Man. É acusado de ser snob em relação à música. Mas temos bons momentos, a assobiar melodias pela estrada fora. Eu a pé. Ele a flutuar. Cambaleante. Caminhamos muito... os dois...
segunda-feira, abril 24, 2006
amanhã
a foto tem a fonte do costume... amanhã é dia da liberdade
A liberdade é um conceito complicado. Sobre ele há um conjunto de lugares comuns (a minha liberdade começa onde a tua acaba… e afins). Não gosto deles, confesso. Gosto de liberdade. É leve. É mocante. Alivia. Preenche. Transforma. Constrói. Destrói. Liberta (claro… desculpem).
quinta-feira, abril 20, 2006
O acto sexual do peixe voador (ver post anterior)
O acto (sexual claro) do peixe voador é algo complexo. Tudo começa com um assobio estridente, que só se ouve fora de água. Ora, à partida, os que estão debaixo de água não ouvem, logo, não se sentem atraídos. Os que flutuam, na maioria das vezes ou não ouvem ou não têm tempo para identificar a fonte. Complicado.
A coisa em si é rápida, o peixe voador aprecia sobretudo os preliminares (o sexo oral é prática comum neste ser aquático. o esfregar das escamas dorsais é especialmente apreciado pelos indivíduos tendencialmente homossexuais).
Vian, ouve mal e o seu assobio soa a um lamento de Tom Waits, som desagradável para a maioria destes maravilhosos animais. O bafo a moscatel e vómito também não ajuda. Não é rápido, ao flutuar não consegue acertar num alvo. Provavelmente não virá a ter prole. Vian, o peixe voador onanista.
A coisa em si é rápida, o peixe voador aprecia sobretudo os preliminares (o sexo oral é prática comum neste ser aquático. o esfregar das escamas dorsais é especialmente apreciado pelos indivíduos tendencialmente homossexuais).
Vian, ouve mal e o seu assobio soa a um lamento de Tom Waits, som desagradável para a maioria destes maravilhosos animais. O bafo a moscatel e vómito também não ajuda. Não é rápido, ao flutuar não consegue acertar num alvo. Provavelmente não virá a ter prole. Vian, o peixe voador onanista.
vian
O meu animal improvável não seria uma enguia, como em Vian. Seria um peixe voador. Nadava, flutuava num gás etílico, mergulhava numa poça de moscatel. Sonhava. Constantemente ébrio não se apercebia da realidade. Vivia ali pelo meio em relação a outra coisa qualquer. Teria um sorriso estúpido crónico. Flutua de forma desastrada, incompetente (foda-se pá, nem voar sabes). Morre todas as madrugadas alcoolizado, renasce todas as manhãs numa poça de vómito. E continua a flutuar. Feliz com as suas asas e o seu alimento. Líquido. Doce. Fiel.
Chamar-lhe-ia Vian.
Chamar-lhe-ia Vian.
quarta-feira, abril 19, 2006
multiplicai-vos
andrea giacobbe
o que o desgraçado do porco teve de sofrer até chegar a salsicha. não se brinca com a comida. gosto deles mal passados. ainda a suar. a cheirar a porco. também, não cheiro. de volta ao supermercado. tudo na mesma. as setas apontam todas para o mesmo lado. passo pela secção de frescos. compro cogumelos. dos biológicos.
terça-feira, abril 18, 2006
família no sentido conservador do termo
fotos: andrea giacobbe
... música para os meus ouvidos surdos. aqui já não entra nada. pelo menos sólidos. líquidos vaporosos. sim. bafos. murmúrios. uma enguia com problemas de fígado (demasiado moscatel). imagens. sonhos desejos muitos. vou mandar alargar o canal do ouvido. ouço mal. mas gosto muito de ouvir. a ressaca é pior de manhã. o pior de tudo é não poder...
acordei a pensar no Arranca Corações, de Vian.
segunda-feira, abril 17, 2006
quinta-feira, abril 13, 2006
fimes não, documentários: animais
fotos: andrea giacobbe
são fantásticos os documentários da bicharada... sabem a domingo de manhã... e os bichitos são tão doces, tão queridos... gosto deles com exoesqueletos laminados, brilhantes... armaduras carapaças... com olhos pequenos e olhar manhoso... é vê-los... como acasalam... como namoram... tão humanos, que giro... e gosto dos peixinhos... com dentes afiados bocas de metro e meio e pele de lixa... são lixados os cabrões... gosto menos dos ranhosos e peludos... escaravelhos agarrados à heroína. carochos. carochas. galoxas. poças de lama na nova berlim. caracol. ao sol. seca e desaparece. morre.
vou de férias. até segunda!
não sei
o estômago na ponta dos dedos. bate por vagas na ponta dos dedos. contra-vagas. ao ritmo das pulsações. rápidas fortes. mais forte que os dedos que cedem, tremem.
do outro lado do rio. lisboa. queria estar por lá. ao pé. passear. caminhar. beber. batocar. falar muito muito tempo. sentir. as articulações dos dedos doem-me. falta de pontaria. em linha recta era um instantinho.
espelho no jornal. ao lado a conversa irrita. muito. já chega.
falo de mais.
de manhã. foda-se. esta merda não passa. foda-se.
quarta-feira, abril 12, 2006
vê. admira. olha. cala. respeita.
fotos: andrea giacobbe. tiradas daqui
que mania a dos livros que nos mostram o que pensar, o que fazer, o que comer, as boas maneiras, o que ler, o que ser, o que ouvir, em quem votar, que devemos votar, e votar, e votar, e acreditar, e ter esperança, e que tudo isto vale a pena...
...isto não é um post político. contra a opressão. masturbação.
terça-feira, abril 11, 2006
westerns e mascarados. música.
:D dead combo e tiger com novos discos... :D pérolas. tiger uma surpresa fantástica. para ouvir, ver e ouvir de novo, muitas vezes. memórias encontradas numa banheira. fluxo. dead combo, na continuidade. mas bem, muito bem. :D tenho uma pilha de cd's fantásticos ainda por digerir :D apesar de dar algum jeito, os smiles irritam-me. os dois encontram-se nos dois lados. uma mistura feliz. para ouvir a grelhar espargos. fluxo. enguias torturadas :(
segunda-feira, abril 10, 2006
compra
fotos: andrea giacobbe
é um assunto demasiado fácil, não vou ser hipócrita. um centro comercial alternativo. uma espécie de jardim. não importa comprar. é apenas um bom sítio para se passar um bom bocado. passos. carrinhos. um exército em manobras. um local seguro. até o ar é seguro. a minha secção preferida: legumes.
hoje, às 22h30, new connection no almada fórum, na fnac. a entrada é livre e aconselha-se. os fâs deverão levar um alho francês na lapela. é chique.
sexta-feira, abril 07, 2006
obrigado ilustres desconhecidos ou um bom exemplo de escrita automática ou que viva raspa o bandido anarca
a minha cabeça está assombrada por tudo aquilo que ao pensar me faz tanto doer
não me consigo livrar disso
eu bem tento mas
se for beber um café lembro-me logo da dor quente que me assombra - acho que é mesmo assim
não gosto nada de perder a esperança
nem sequer de perder a calma
faz-me logo lembrar bagaço numa garrafa de plástico e apanhar muito frio à espera de que consiga vomitar sem antes bater em alguém
a provocação aflora-me cada vez mais frequentemente - eu bem tento acalmar-me masjá nem sequer sei o que quero nem o que necessito
mais calma? talvez seja só isso que eu precisomas só me apetece gritar baixinho
é talvez por isso que a imagem do post me fez regurgitar isto tudo
Já escolheram o meu nome, por favor said...
Olha lá ò "escolha um nome, por favor", estás a reinar com esta merda ou quê? Que merda de comentário é esse?
9:50 PM
Olha lá ò "escolha um nome, por favor", estás a reinar com esta merda ou quê? Que merda de comentário é esse?
9:50 PM
escolha um nome, por favor said...
Isto não era suposto ser um post automático? estou enganado? e já agora, quem és tu ó "já escolheram o meu nome, por favor"?não tens nada de interessante a postar? shut up, por favor
9:53 PM
Isto não era suposto ser um post automático? estou enganado? e já agora, quem és tu ó "já escolheram o meu nome, por favor"?não tens nada de interessante a postar? shut up, por favor
9:53 PM
já escolheram o meu nome, por favor said...
tenho os miolos a arder
tenho os miolos a arder
aqui deitado na calçada
escolhem, à minha volta, o nome que me háo-de chamar
já escolheram o meu nome, por favor said...
Ah Ah!! Cada vez que me fazem essa pergunta tenho logo vontade de dizer: sou um desgraçado que nem nome tem. Mas nada de confusões! O anonimato é a mascara da modéstia.Nomes? Para quê? Se comunicamos melhor sem eles.E tu ó "escolha um nome, por favor", como te chamas?
10:03 PM
Ah Ah!! Cada vez que me fazem essa pergunta tenho logo vontade de dizer: sou um desgraçado que nem nome tem. Mas nada de confusões! O anonimato é a mascara da modéstia.Nomes? Para quê? Se comunicamos melhor sem eles.E tu ó "escolha um nome, por favor", como te chamas?
10:03 PM
escolha um nome, por favor said...
o meu nome é tão indizível como as palavras que nunca ouvimos bem. como todas as palavras que interpretamos mal e que nos fazem, por vezes, compreender tudo ao contrário.o meu nome não é simples de se dizer. mesmo para mim, acredita.onde achas que os meus pais se inpiraram para escolher o meu nome ó "já escolheram o meu nome, por favor"?dou-te uma dica: oceano atlântico
10:08 PM
o meu nome é tão indizível como as palavras que nunca ouvimos bem. como todas as palavras que interpretamos mal e que nos fazem, por vezes, compreender tudo ao contrário.o meu nome não é simples de se dizer. mesmo para mim, acredita.onde achas que os meus pais se inpiraram para escolher o meu nome ó "já escolheram o meu nome, por favor"?dou-te uma dica: oceano atlântico
10:08 PM
já escolheram o meu nome, por favor said...
vento?tempestade?ciclone?mau tempo?não faço ideia
10:09 PM
vento?tempestade?ciclone?mau tempo?não faço ideia
10:09 PM
escolha um nome, por favor said...
estiveste perto. se calhar é a mistura de todos esses nomes que sustentam o meu próprio nome próprio.chamo-me Mar, mas não estou aqui para te molhar
10:11 PM
estiveste perto. se calhar é a mistura de todos esses nomes que sustentam o meu próprio nome próprio.chamo-me Mar, mas não estou aqui para te molhar
10:11 PM
já escolheram o meu nome, por favor said...
não devo estar a muitas milhas dessa tua carcaça flutuante! que barco tens agora?
11:28 PM
não devo estar a muitas milhas dessa tua carcaça flutuante! que barco tens agora?
11:28 PM
escolha um nome, por favor said...
Qualquer dia mato-te, Corto.
11:29 PM
Qualquer dia mato-te, Corto.
11:29 PM
avisa-se
o festim é um blog em escrita automática. ou é esta uma desculpa para a má qualidade dos textos? será mesmo assim? os dois ou três segundos implicam um automatismo ou há já pensamentos a minar todo o processo? não sei. não me interessa. não gosto de teorizar. era só para lembrar que isto anda assim há algum tempo. pede-se que nunca levem nada disto a sério. porque não é. também não me interessa isso de ser sério.
quinta-feira, abril 06, 2006
já podem ouvir new connection
fotos: cecília barros
podem ouvir aqui
é uma maquete, não tem muito a ver com o cd que estamos agora. mas opinem sff