quinta-feira, novembro 24, 2005

Epidemia

Interpretado pelos realizador (Lars Von Trier, o Epidemiologista) e argumentista (Niels Vorsel) é um “filme dentro de um filme” de 1987.

Escrevem um filme de que perdem o guião, “O comissário e a puta”. Andavam nisso há um ano e meio. Passam para “algo mais dinâmico”, Epidemia:

“Uma coincidência pode ter muitas vezes um carácter tão sinistro e fantástico que até somos tentados a tirar conclusões aparentemente lógicas, mas na verdade sem fundamento. No espaço de cinco dias o manuscrito de “Epidemia” foi criado e passado para o papel neste, e à volta deste, apartamento. Que uma eqidemia real se aproximasse nesses cinco dias e que a sua horrível erupção e o finalizar do texto coincidissem, foi uma dessas coincidências.”

No filme verdadeiro, paranóia sobre a doença, uma cidade barricada, bactérias, contágio, médicos manhosos, o governo demite-se, os médicos tomam o poder... parece escrito por Burroughs.

O jovem idealista deixa a cidade selada, voa sobre um campo de cereais, com uma bandeira da cruz vermelha nas mãos. Mas é ele quem espalha a doença, sem o seu idealismo esta não existiria…

No filme sobre o filme, dia dois, vaga de dores de cabeça. “Um filme deve ser como uma pedra no teu sapato.”


A primeira vítima é enterrada viva... sufoca dentro do caixão. O argumentista teve a ideia (cabrão, ri-se enquanto a enfermeira morre).

Dia 4, o argumentista vai ao hospital. “Ainda ninguém desconfiava de nada”.

Quinto dia, a obra está pronta. Tinham inventado uma praga incurável.

Uma mulher é hipnotisada à mesa. Os primeiros sinais da doeça. Chora, grita, durante 10 minutos. Mandam-na sair do “filme”... furúnculos explodem-lhe do pescoço... os convivas vomitam o jantar... morte à mesa... sangue na parede... vão todos morrer...


LVT é meio louco… os primeiros dois filmes são estranhos, pesados. Um dia destes falo no primeiro, “O elemento do crime”, um filmedeautorquaseclasseB.

10 Comments:

Blogger merdinhas said...

Este vi. Tal como o "Dogville" e o "Europa" em que a sequência inicial é hipnotizante, talvez porque tem a voz de Max von Sydow.

10:43 da manhã  
Blogger Naked Lunch said...

Max von Sydow? Quem é?

11:28 da manhã  
Blogger Unknown said...

bi! bi! e bi!

e também o dancer in the dark!

11:31 da manhã  
Blogger Naked Lunch said...

E o "Elemento do Crime", o primeirinho. Viram?

12:02 da tarde  
Blogger Hugo Brito said...

Existe uma série de televisão do Von Trier : "Kingdom Hospital", que saiu em 2004. Dá para desmular ;)

(1977 - The Orchid Gardener)

12:31 da tarde  
Blogger Naked Lunch said...

... vi alguns episódios, penso que dava no canal 2. Tinha alguma piada.

2:11 da tarde  
Blogger Poor said...

desconheço por completo este filme!desconhecia...:)

3:17 da tarde  
Blogger Naked Lunch said...

amie: gosto da fotografia destes primeiros dois filmes dele.

Fotografia é do que acabo por gostar mais em alguns filmes... tanto que às vezes acabo por me perder um bocado e nao consigo acompanhar bem a história...

3:57 da tarde  
Blogger merdinhas said...

Max Von Sydow é um actor com uma voz fabulosa. (Re)vê o Europa e ouve-O....

9:38 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

a fotografia é muito importante para mim nos filmes. acho que é totalmente possível fazerem-se filmes sem diálogos praticamente, só com imagens belas. é possível dizer muito mais através das imagens do que através das palavras, em cinema. é claro que não digo que o cinema deve ser imagem, claro que não. o cinema é o que nós quisermos que seja, mas sineramente, há alguém que arrisque fazer uma longa metragem só com imagem hoje em dia? não, porque está demasiado enraizado na cabeça das pessoas que o importante num filme é a história. enfim.
olha, já estive para comprar este filme, mas depois vi que a crítica não era muito boa e perdi a pica. se calhar fiz mal. vou tentar ve-lo.

7:49 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home