terça-feira, setembro 26, 2006

e se depois


... e se depois... o sangue ainda correr... corre atrás dele...

... gosto desta música... é um disco fantástico, talvez o meu preferido dos mão morta... melodioso...

... mas não gosto de violência confesso... não uso muito a palavra sangue nem há relatos sangrentos por aqui... porque não... não que os mão morta o sejam... vão seguindo algumas obras literárias nos diferentes discos (às vezes cruzamo-nos ou fui à procura)... para quando um sobre o festim nu?... até podia ajudar... aparece aí Adolfo... bebemos uns copos e escrevemos uns textos...

... não há cortes nem facadas... pontapés na cara... só cuspidelas...

... também não é muito sexual... nunca consegui ir muito por aí... tentei mas não me senti à vontade com a coisa... até li umas coisas... até gostava que tivesse dado... mas não deu... a ver se tento de novo...

...ouço um novo de sonic youth (novo para mim...)... o primeiro de uma série em que interpretam, improvisam... devaneiam sobre uma série de coisas... muito experimental, às vezes noise... estranho isto destas abordagens à música... primeiro estranha-se, depois... é como a escrita de burroughs... mais vale apreciar que perceber...

... um noise experimental acompanhado por textos de burroughs lidos por uma prostituta indiferente... a naked lunch...

... corre atrás dele...

8 Comments:

Blogger laura said...

"sangue" fez-me lembrar um "pombo atropelado", by myself :P

Saio para a rua sem horas marcadas
Solta no vaivém dos passos
Que as gentes loucas e imaginadas
Expiam em melodias e ritmos falsos.
Suspiro na curva do respirar
No negro do asfalto, no pombo morto
Que, esvaído em sangue, desiste de voar.
Não mais que um instante, um bater de asas solto.
E, contudo, nada pára.
Entre um vibrar do sangue cá dentro
E uma lágrima que se perde no caminho
Nada a lamentar, nenhum sofrimento,
É, afinal, apenas uma ave que perdeu o ninho.
Na podridão da carne que perece
Ainda que os olhos redondos fitem quem passa,
Vivos, vibrantes, numa última prece,
São só penas, só um bicho, uma nojenta massa.
E enquanto as rodas poderosas
Espremem o resto do ser
As pernas seguem sem rumo, vagarosas.
Nada mais há a fazer.
E vou assim, para longe do animal
Sempre com a ideia posta no pombo esmagado:
Teria sido distracção, acidente casual
Ou um simples suicídio premeditado?

5:29 da tarde  
Blogger merdinhas said...

Não tive tempo para nada, mas asseguro que hoje corri
bastante.

Qual é o disco dos Sonic Youth?

"Rather ripped" ...estou a ouvir:

12:17 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

.
as prostitutas que às 4as recitam poesia no lusitano não têm escolhido burroughs... o que é uma pena.
.

11:05 da manhã  
Blogger Naked Lunch said...

explica lá isso melhor (corpo visível)????

1:12 da tarde  
Blogger Naked Lunch said...

obrigado broa!

1:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

.
então?! no "café lusitano" (porto) às quartas-feiras há prostitutas a recitar poesia.
.
está bom de ver que estás a precisar vir ao porto. (risos)
.

2:14 da tarde  
Blogger Naked Lunch said...

pois estou... levo uns livros e umas prostitutas aqui da mouraria...

(não fazia ideia, gostaria de conhecer isso... a ver...)

2:53 da tarde  
Blogger M.M. said...

Tão lindo, este.

7:53 da tarde  

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