quarta-feira, novembro 30, 2005

Imaginem uma terra em que os sonhadores foram derrotados


Another vision at about the same age: I am awake at dawn in the attic room and see little gray men playing in my block house. They move very fast, like a 1920 speed-up film… whisk… they are gone. Just the empty block house in gray dawn light. I am motionless in this sequence, a silent witness.

The magical medium is being bulldozed away. The angels are leaving all the alcoves everywhere, the medium in which Unicorns, Bigfoot, Green Deer exist growing always thinner, like the rain forests and the creatures that live and breathe in them. As the forests fall to make way for motels and Hiltons and McDonald’s, the whole magic universe is dying.
William S. Burroughs, The Cat Inside

Há ainda quem abandone os seus sonhos sem ter tentado o suficiente. É a chamada fuga para a frente. Abaixo a realidade!

hoje estou fora da blogosfera...

...

terça-feira, novembro 29, 2005

membrana barbiz

Cliquem aqui para perceber...

Naked Lunch

Objectos


Um objecto não é apenas o que vemos mas também o que significa


Vejo esta frase todos os dias, no metro, a caminho do trabalho.
A primeira coisa que me veio à cabeça foi um prato (de bateria): para a maioria das pessoas será mesmo só aquele objecto, mais ou menos bonito, dourado, redondinho quase sempre.
Para mim é mais qualquer coisa, em que pequenas variações fazem a diferença entre um bocado de lata e um instrumento musical muito sensível; momentos bem passados...
Tenho um há já cinco ou seis anos, bem "martelado", que espero nunca partir, ganhei-lhe afeição, que não é material, é já sentimental e pessoal e concreta.
Falem-me dos vossos objectos (se vos apetecer...).

segunda-feira, novembro 28, 2005

Lost in Translation, mais uma vez...


Respondendo a um pedido feito há algum tempo, por Interzone, o que acham que Bill Murray segreda a Scarlett Johansson no final do Lost in Translation?

descobri este blog

sexta-feira, novembro 25, 2005

não gosto

... de quem usa os blogs para tecer comentários destrutivos sobre coisas que desconhecem!

Da-se.

Mesmo quando não gosto muito procuro ser construtivo... há sempre pessoas do outro lado.

New Connection, amanhã, CC Monumental - Fonoteca Lisboa, 21h30

quinta-feira, novembro 24, 2005

Ainda não sei bem...

...o que vou fazer para a semana. Significado x Objectos... responder a um desafio acerca do Lost in Translation... mais uns gatitos de Burroughs… pois, vou pensar.

Bom fds.

Which Is the Fly and Which Is the Human?



Tinha de vir aqui ter, mais uma vez a Cronenberg, mas desta feita mais centrado na musa deste blog, William Burroughs. Uma homenagem a festim nu, um excerto de uma entrevista com William S. Burroughs e David Cronenberg:

The film that would showcase addicts hooked on insecticide, lizardlike aliens known as mugwumps who suckle humans on mugwump jism, and Roy Scheider, had its genesis when the director and the writer met in 1984 at Burroughs's seventieth birthday party in New York City. Cronenberg visited Burroughs a few times in Kansas, discussing how to approach their project. ``I wanted William's blessing, because basically, there was nothing he could do for me, I had to do it myself'' Cronenberg finally wrote the script in 1989. ``I sent it [to Burroughs] to see what his reaction would be. He hated it and threatened to sue.'' Burroughs smiles indulgently. He actually liked the script, but a Japanese backer pulled out after reading a translation of the screenplay. ``It could have been something as simple as talking assholes,'' says Cronenberg with a shrug.

``It's a limited kingdom,'' Cronenberg says with a proud smile, ``but it's mine. One of the reasons Burroughs excited me when I read him was that I recognized my own imagery in his work," he says. ``It sounds only defensive to say, `I was already thinking of a virus when I read that!' But there is a recognition factor. That's why I think you start to feel like you're vibrating in harmony with someone else. It's the recognition, not that they introduced you to something that was completely unthought of by you.´´

``Here's my conceit,'' says Cronenberg. ``Burroughs and I have been fused in the same telepod together,'' he says, referring to The Fly, where Jeff Goldblum and a housefly are fused at the molecular genetic level. ``And what you've got now is the Brundlething, which is my and his version of Naked Lunch. It's a fusion of the two of us, and it really is something that neither one of us would have done alone. Now I don't know which of us is the fly and which is human.''

Não acho que os fimes devam colar-se em demasia aos livros... se os autores derem margem para isso... este também já não o vejo há muito tempo.

Epidemia

Interpretado pelos realizador (Lars Von Trier, o Epidemiologista) e argumentista (Niels Vorsel) é um “filme dentro de um filme” de 1987.

Escrevem um filme de que perdem o guião, “O comissário e a puta”. Andavam nisso há um ano e meio. Passam para “algo mais dinâmico”, Epidemia:

“Uma coincidência pode ter muitas vezes um carácter tão sinistro e fantástico que até somos tentados a tirar conclusões aparentemente lógicas, mas na verdade sem fundamento. No espaço de cinco dias o manuscrito de “Epidemia” foi criado e passado para o papel neste, e à volta deste, apartamento. Que uma eqidemia real se aproximasse nesses cinco dias e que a sua horrível erupção e o finalizar do texto coincidissem, foi uma dessas coincidências.”

No filme verdadeiro, paranóia sobre a doença, uma cidade barricada, bactérias, contágio, médicos manhosos, o governo demite-se, os médicos tomam o poder... parece escrito por Burroughs.

O jovem idealista deixa a cidade selada, voa sobre um campo de cereais, com uma bandeira da cruz vermelha nas mãos. Mas é ele quem espalha a doença, sem o seu idealismo esta não existiria…

No filme sobre o filme, dia dois, vaga de dores de cabeça. “Um filme deve ser como uma pedra no teu sapato.”


A primeira vítima é enterrada viva... sufoca dentro do caixão. O argumentista teve a ideia (cabrão, ri-se enquanto a enfermeira morre).

Dia 4, o argumentista vai ao hospital. “Ainda ninguém desconfiava de nada”.

Quinto dia, a obra está pronta. Tinham inventado uma praga incurável.

Uma mulher é hipnotisada à mesa. Os primeiros sinais da doeça. Chora, grita, durante 10 minutos. Mandam-na sair do “filme”... furúnculos explodem-lhe do pescoço... os convivas vomitam o jantar... morte à mesa... sangue na parede... vão todos morrer...


LVT é meio louco… os primeiros dois filmes são estranhos, pesados. Um dia destes falo no primeiro, “O elemento do crime”, um filmedeautorquaseclasseB.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Sobretudo Imagens, Imortal de Bilal

Já vos aconteceu, depois de encherem a cabeça de livros, filmes, música… ficarem meio aluados, perderem em parte a noção da realidade, misturarem elementos de ficção???…

Parece que andamos num limbo… Perdemos a vontade de aturar as tretas do dia-a-dia… fica difícil puxar conversa, fazer de conta, ser conveniente… o choque com a realidade torna-se indesejável… fica-se mal disposto… a merda do fígado começa a chatear…

mas sabe tão bem passear pela rua…


Já devem ter percebido que gosto de Bilal, pelas muitas imagens que vou por aqui utilizando.

Não consigo explicar o que me fascina nesta trilogia de Bilal e neste seu filme (curiosamente, com uma abordagem diferente da dos livros…). Acho que é a imagem e as personagens (e a imagens das personagens). Um dos expoentes máximos em paisagens imaginárias. Revolucionário sem chatear com moralismos usados.


A crítica não gostou do filme. Eu gostei…

terça-feira, novembro 22, 2005

new connection - novidades


Não resisto… um pequeno mas significativo interlúdio ao "Cinco Dias Cinco Filmes." Um amigo acabou de receber pelo correio a colectânea phono´05, da qual os New Connection participam com dois temas. Já não bastava ver o nome pelo metro, no DN, nos autocarros… sabe mesmo bem!

A phono’05 organiza ainda cinco concertos com as cinco bandas que integram a colectânea, no Centro Comercial Monumental (na Fonoteca), às 21h30 (entrada livre):

terça-feira – Eroscópio
quarta-feira – Orquestrinha do Terror
quinta-feira – Bicho de Sete Cabeças
sexta-feira – Novembro
sábado – New Connection

Vou passar por lá hoje. Convido-vos a todos(as) a passar por lá no próximo sábado!

“Crash” e “obrigado amie”

Mais uma contribuição relativa ao pedido de fotos. “Obrigado amie”, espero que gostes…
Já agora, um bocadinho de publicidade, já que foi a primeira contribuição fora do grupo de amigos, ou amigos de amigos. Aconselho o blog da amie (Máquina de Café), pelos textos, fotos e, pelo grupo de “comentadores” que a vão acompanhando. Passem por hoje ainda…
Do script de Crash:
James rides in Vaughan's car. Vaughan drives aggressively, rolling the heavy car along the access roads, holding the battered bumpers a few feet behind any smaller vehicle until it moves out of the way.
VAUGHAN I've always wanted to drive a crashed car.
JAMES You could get your wish at any moment.
VAUGHAN No, I mean a crash with a history. Camus' Facel Vega, or Nathaniel Nest's station wagon, Grace Kelly's Rover 3500. Fix it just enough to get it rolling. Don't clean it, don't touch anything else.
JAMES Is that why you drive this car? I take it that you see Kennedy's assassination as a special kind of car-crash?
VAUGHAN The case could be made.
They approach a major intersection. For almost the first time on this drive Vaughan applies the brakes.

The heavy car sways and goes into a long right-hand slide which carries it across the path of a taxi. Flooring the accelerator, Vaughan swerves in front of it, tires screaming over the blaring horn of the taxi.As they settle down, Vaughan reaches behind him and lifts a briefcase off the back seat.

VAUGHAN Take a look at this and tell me what you think.
James opens the briefcase and slides out a thick packet of glossy photographs, all of them marked up with colored ink pens.

They are photos culled from a variety of sources – newspapers, magazines, video stills, film frames – blown up to uniform 8x10 size. Each one depicts a famous crash victim in the prime of life, and each one has the wounds to come marked up in a very explicit way – lines circling their necks and pubic areas, breasts and cheekbones shaded in, section lines across their mouths and abdomens. Handwritten notes complement the circles and arrows.

A second packet of photos shows the cars in which these famous people died, and each of these photos is marked to show which parts of the cars destroyed or fused with which famous body part – for example, a closeup of the dashboard and windshield from the Camus car – Michel Gallimard's Facel Vega – is marked "nasal bridge", "soft palate", "left zygomatic arch".

JAMES It's very... satisfying. I'm not sure I understand why.
VAUGHAN It's the future, Ballard, and you're already part of it. For the first time, a benevolent psychopathology beckons towards us. For example, the car crash is a fertilizing rather than a destructive event – a liberation of sexual energy that mediates the sexuality of those who have died with an intensity impossible in any other form. To fully understand that, and to live that... that is my project.
JAMES What about the reshaping of the human body by modern technology? I thought that was your project.
VAUGHAN A crude sci-fi concept that floats on the surface and doesn't threaten anybody. I use it to test the resilience of my potential partners in psychopathology.

The traffic has jammed up to a walking pace. Using his horn, Vaughan forces the drivers in the slower lanes to back up and let him across onto the hard shoulder. Once free, he accelerates past the lines of traffic, occasionally scraping the right flank of the Lincoln against the cement divider.
In the distance looms the airport car-park.


Quando vi o filme, nunca pensei dizer bem dele… Achei na altura demasiado forte (esta coisa de acidentes faz-me alguma confusão). Não o voltei a ver… recordo-me sempre das cicatrizes…

Escolhi este filme para as fotos porque me lembraram das assombrosas cenas de perseguição.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Der Himmel Über Berlim

Entre outras coisas, “As Asas do Desejo” é o filme que me fez ir a Berlim (a cidade inacabada...). Subir à estátua do anjo dourado soou a reencontro. Adoro este filme. Adiante,


Céu... olho... cidade... a preto e branco... o anjo escuta pensamentos lá em baixo, sobre a catedral destruída... música... harpa... pensamentos... arquitectura... interiores... intimidade... perguntas de criança...
Desabafos de anjo...
“É fantático viver espiritualmente. Dia após dia tentemunhar para a eternidade o que há de puro, de espiritual nas pessoas. Mas às vezes farto-me desta eterna existência de espírito. Nessas alturas gostava de não pairar eternamente. Gostaria de sentir um peso que anulasse a infinidade e me segurasse à Terra. A cada passo ou a cada golpe de vento gostaria de poder dizer: “agora, agora, agora” e não “desde sempre” ou “para todo o sempre”. Sentar-me à mesa e jogar às cartas, ser cumprimentado, nem que seja só com um aceno. Sempre que o fizemos foi a fingir. Fingimos que numa luta de boxe deslocávamos uma anca. Fingimos que pescávamos, fingimos que nos sentávamos numa mesa a comer e a beber, que nos serviam borrego assado e vinho nas tendas do deserto. Era tudo a fingir. Eu não quero gerar um filho, nem plantar uma árvore, mas seria bem agradável chegar a casa cansado e dar de comer ao gato, como Philipp Marlow, ter febre, ficar com os dedos sujos de ter lido o jornal... Não me entusiasmar só com coisas do espírito, mas com uma refeição, a curva de uma nuca, uma orelha. Mentir à descarada. Ao andar, sentir o esqueleto mexer-se a cada passo. E finalmente supor em vez de saber sempre tudo. Poder dizer “ah”, “oh” e “ai” em vez de “sim” e “amen”. Ou experimentar o que se sente quando se tiram os sapatos debaixo da mesa e se estendem os dedos descalços...”
Marion
No circo uma mulher (Marion), anjo no trapésio. Queixa-se , não consegue voar com aquelas asas... Por este ano o circo acabou... Esta noite a despedida de Marion do circo... vai voltar a ser criada “que merda”. Um disco de Nick Cave na caravana. Fotos. Passado. Despe-se. O anjo parece desejá-la. Toca-lhe. “Desejo de amar. Desejo de amor”. A cor volta. Damiel, o anjo apaixonado...

A queda de um anjo
Preto e branco...Está sentado na estátua do anjo dourado. Lamenta-se...

Pensamentos sobre berlim. Peter Falk nas filmagens... “A vida? Se não a tivesse sentia falta dela, disse o general à prostituta.”

“Queres realmente?”, “Quero lutar por uma história minha. Transformar o que sei da minha contemplação intemporal para resistir a um olhar brusco, a um grito breve, a um cheiro penetrante. Ando cá fora há tempo suficiente para isso. Estive ausente o suficiente do mundo. Quero entrar para a história do mundo.Ou apenas segurar numa maçã. As penas na água já desapareceram. Repara nas marcas de travagem no asfalto. E a ponta de cigarro. Como rola. O rio antigo está seco. Hoje, só a água das poças da chuva estremece. Fora com o mundo atrás do mundo.”

Suicídio, pobreza, desespero... a última noite de marion no circo.

Um concerto numa cave de Berlim... Crime and the City Solution (se não conhecem, imaginem os primeiros discos de Nick Cave, é muito por aí...). Uma Marion vanguarda deixa-se levar pelo som. Damiel embala-a. Marion de novo feliz.

Dentro do muro (sempre ele), pegadas de Damiel, cor, Damiel torna-se humano, as primeiras palavras são para Marion. Acorda ao lado da antiga armadura, sorri. Percorre o muro. O primeiro sabor: sangue de um corte na cabeça. Identifica a cor que não conhece. O primeiro café. Conversa com Peter Falk, outro anjo caído... “não és o único”.

O primeiro concerto enquanto homem (cabrão...) Nick Cave (tão novinho...). Uma sala opolenta e decadente (ao estilo Bilal). Marion de vermelho. Nick Cave (From Her to Eternity). Encontram-se. Parece que sempre se conheceram. Ele quer beijá-la. “Algum dia tem de ser a sério”. “Nós somos agora o tempo”. “Estou pronta, decide.” Beijam-se.

“Eu sei agora o que nenhum anjo sabe...”



Uma pérola!

Poderia considerar a antítese deste blog, um salto ao contrário, do imaginário para o real, sem cair de costas.

sexta-feira, novembro 18, 2005

Agenda e blogs...

De volta à realidade!
Para a semana proponho Cinco Dias Cinco Filmes... O mote da coisa foram duas fotos de amie. Filmes mais ou menos ligados a este blog... não são os únicos... não são os "filmes da minha vida"... espero que gostem.
Gostaria ainda de vos fazer um pedido: aconselhem-me os vossos blogs preferidos. Aproveitem, façam publicidade à vontade... Não procuro nada de específico, ando só à procura...
Abraço, bom fds.

VII BlubBlub

Silêncio, penso. Que cicatrizes metálicas me crescem nas barbatanas? Sufoco de novo. Medo. Os putos não param de bater nos vidros. Escuridão. Malditas barracudas. Aquário… cabeça vazia. Que paredes são estas que crescem ao meu lado? Silêncio… foda-se, sou eu de novo… nadar até à superfície… ar… ar…

quinta-feira, novembro 17, 2005

Nunca mais apareceste...

Gosto desta foto...

VI Blub

A visão está cada vez mais turva. Por outro lado, cada escama (sobretudo as do lado esquerdo) é uma potencial zona erógena… é cada vez melhor andar de metro!

Sonhos aquáticos, pesadelos com barracudas… estou a descer na cadeia alimentar. Uma vontade incompreensível de passar pelo Oceanário, uma última viagem.

Gatos III Egipto

As evidências indicam que os gatos foram primeiramente domesticados no Egipto. Os egípcios armazenavam grãos, que atraíam roedores, que atraíam gatos. Não acho que esta informação esteja correcta. Não é pelo menos toda a história. Os gatos não começaram como caçadores de ratos. As doninhas, cobras e cães são mais eficientes nesta área. Eu postulo que os gatos começaram como psychic companions, como Familiars e nunca se desviaram dessa função.
William S. Burroughs, The Cat Inside

quarta-feira, novembro 16, 2005

V Psicoovos


Sinto-me mais leve. O cheiro a podre nas costas era já insuportável… só não consegui comer a bolsa, por repulsa (sou vegetariano)… não tinham sido fecundados, foi só uma gravidez psicológica… sinto-me mais masculino… sonhei com sereias… continuo a gostar mais do Tejo do lado de fora.

IV Náusea

Os meus peixes olham para mim com um misto de medo e repulsa. O néon vomitou o jantar… vermelho e azul…

Gatos II - Alice


The Land of the Dead... A reek of boiling sewage, coal gas and burning plastics… oil patches… roller coasters and Ferris wheels overgrown with rank weeds and vines. I can’t find Ruski. I am calling his name… “Ruski! Ruski! Ruski!”

A deep feeling of sadness and foreboding.
“I shouldn’t have brought him out here!”
I wake up with tears streaming down my face.
William S. Burroughs, The Cat Inside

Alguém viu o filme Alice?

terça-feira, novembro 15, 2005

III Vou ser mamã

Tenho alguma vergonha em assumir, como homem que vou sendo, mas acordei com uma bolsa de ovos nas costas, junto à minha mais recente barbatana… confusão… expectativa… comida… protecção… medo…

Gatos I - Metamorfose Improvável

Relembrando a adolescência recordo-me de uma sensação recorrente, em que aconchegava uma criatura de encontro ao meu peito. Muito pequena, mais ou menos do tamanho de um gato. Não é um bébé humano nem um animal. Não exactamente. É parte humano e parte outra coisa qualquer. O que será... um esquilo?... nem por isso. Não consigo vê-lo claramente. Não sei do que precisa. Mas sei que tem absoluta confiança em mim.

Descobri mais tarde que tenho por função ser Guardião, para criar e acarinhar uma criatura que é parte humana, parte alguma coisa ainda inimaginável, que pode ter resultado de uma união que não acontece há milhões de anos.

William S. Burroughs, The Cat Inside

Parabéns Rua de Baixo


A rua de baixo faz anos (dois). Sai um bolinho! Parabéns… Música, cinema, exposições… sempre com muito boa onda! Passem por lá e subscrevam a newsletter… vale a pena!

segunda-feira, novembro 14, 2005

II Metamorfose


Quem disse que a verdadeira metamorfose vem de dentro? Engana-se quem considera que a obra de Kafka pretende representar o que quer que seja…

… hoje de manhã as primeiras escamas nas costas… custa-me respirar… o caralho do gato observa-me com ar guloso… não paro de olhar para o lavatório… e o gato a olhar para mim…

Gatos

We are the cats inside. We are the cats who cannot walk alone, and for us there is only one place.

Pois, como alguém já tinha comentado por aqui (não me recordo quando), Burroughs era um amante de gatos... e escreveu um livro sobre isso, em 1986, “The Cat Inside”. Nos próximos dias apresento-vos alguns dos meus textos preferidos.Fiz algumas traduções, um bocado livres, noutros achei que não devia mexer, noutros não sabia mesmo.

Uma visão muito humana do escritor. Na fronteira entre o quotidiano surpreendentemente simples e o sonho (sempre ele...).

Os títulos são meus (desculpa B.).

A banda sonora (imaginária) de Dead Combo.
A foto, a terceira contribuição, de p.dru (obrigado). Não levem a mal o trocadilho!

Bombs and Bullets

Passei pela Bomba Suicida, para o “Fragmentos de Meias Verdades”, de Mônica Coteriano. Do escuro um foco de luz... o movimento da bailarina vai provocando um efeito visual enganador: o braço em dois sítios ao mesmo tempo, fotografia desfocada. Só isso. Atrás, invisível, Sandra Line dá voz à coisa, sem música... arriscado mas bem conseguido.

Em seguida Tânia Carvalho, só, oferece-nos o “Explodir em silêncio nunca chega a ser perturbador”. Do livro que acompanha o espectáculo (Patrícia Caldeira), “Explodir em silêncio nunca chega a ser perturador. Pam! Após o impacto, todo o corpo uma casca, colaram-se às paredes as entranhas. Hallo! Guten Tag! A sorte é que ninguém reparou. Após o curto circuito, um invólucro, por dentro o vazio, como um balão. Hallo! Guten Tag! Ups! O vento levantou-me. A sorte, é que ninguém reparou...”

Passei depois pelo Mercado, novo espaço que possibilita música ao vivo em Lisboa (bem vindo, venham mais...), para ver Bullet. Duas horas depois do previsto, e com a presença incompreensível de elementos decorativos de âmbito clubístico num cenário bem conseguido, a coisa arranca. O som é profissional, vai prendendo. Duas boas interpretações na voz... mas muita máquina, pouco espaço à criação no momento, aos improvisos, às mudanças de velocidade... é um problema que sinto relativamente a bandas que ao vivo utilizam demasiados elementos gravados... a coisa perde em vida, perde o brilho. Mas isto são mais questões de gostos pessoais, os Bullet criaram um som que merece a pena ser ouvido... e foi um bom concerto!


Volto a Patrícia Caldeira

explosão #1
Acho que uma explosão silenciosa acontece porque não se consegue dizer alguma coisa. Aquilo que não sai ribomba cá dentro, enche de uma acção vazia, cujo resultado é uma reacção vibratória ao retardador.

explosão #2
No entanto, se de uma explosão ficam cacos, que resulta de uma que não tem som?

explosão #3
Agarrar uma pedra que não se chega a atirar para dentro de um lago espelhado; Ver a pedra ao lado do lago e não a agarrar; Ter vontade de gritar e não poder; Sentir-me equivocado e não querer confirmar; Apesar da confirmação não pretendida, não a querer enfrentar; Estar frente a frente a um buraco que se sente porque dói, queima, e pôr-lhe uma tampa.

Esta semana...
Entre muita coisa solta, a continuação de upgrade, por ambientes aquáticos, e gatos, muitos gatos...

sexta-feira, novembro 11, 2005

Não resisto...

Pois, aqui temos a segunda contribuição ao meu quase desesperado pedido de fotos... inspirado no post de hoje... uma brincadeira de um amigo.

Obrigado Rui!

I - Upgrade

Se fizesse um upgrade aumentaria exponencialmente as minhas capacidades sensitivas.

Imaginem o prazer de um concerto de Coltrane e respectivo moscatel, depois de um dia de trabalho, elevado à potência 10. Uf! Talvez viesse a precisar de órgãos biónicos, já que os meus não resistiriam a tal choque de emoções… Uma imagem apenas (uma foto da amie, por exemplo) e embarco numa viagem. Cheiro a terra molhada, recordo todos os dias de chuva passados, - blaaaast. Um toque no ombro resulta num doce orgasmo.

Um concerto. Os primeiros contactos com os pratos e as peles, a voz da Sandra… O choque emocional provocado resultaria num salto, sem retorno, para os primeiros níveis da interzone. Lá fico, vivo de musgo e mucos vegetais…

…porque é que as paredes são acolchoadas? O paraíso da imperfeição, as cicatrizes da Arquette, sempre elas…


Conversa entre Burroughs e Bowie (parte II)


Burroughs: Have you ever met Warhol?

Bowie: Yes, about two years ago I was invited up to The Factory. We got in the lift and went up and when it opened there was a brick wall in front of us. We rapped on the wall and they didn't believe who we were. So we went back down and back up again till finally they opened the wall and everybody was peering around at each other. That was shortly after the gun incident. I met this man who was the living dead. Yellow in complexion, a wig on that was the wrong colour, little glasses. I extended my hand and the guy retired, so I thought, 'The guy doesn't like flesh, obviously he's reptilian.' He produced a camera and took a picture of me. And I tried to make small talk with him, and it wasn't getting anywhere.

But then he saw my shoes. I was wearing a pair of gold-and-yellow shoes, and he says, 'I adore those shoes, tell me where you got those shoes.' He then started a whole rap about shoe design and that broke the ice. My yellow shoes broke the ice with Andy Warhol.
I adore what he was doing. I think his importance was very heavy, it's becoming a big thing to like him now. But Warhol wanted to be clichi, he wanted to be available in Woolworth's, and be talked about in that glib type of manner. I hear he wants to make real films now, which is very sad because the films he was making were the things that should be happening. I left knowing as little about him as a person as when I went in.
Burroughs: I don't think that there is any person there. It's a very alien thing, completely and totally unemotional. He's really a science fiction character. He's got a strange green colour.
Bowie: That's what struck me. He's the wrong colour, this man is the wrong colour to be a human being. Especially under the stark neon lighting in The Factory. Apparently it is a real experience to behold him in the daylight.
Burroughs: I've seen him in all light and still have no idea as to what is going on, except that it is something quite purposeful. It's not energetic, but quite insidious, completely asexual. His films will be the late-night movies of the future.

Burroughs: The weapon of the Wild Boys is a Bowie knife, an 18-inch bowie knife, did you know that?
Bowie: An 18-inch bowie knife.... you don't do things by halves, do you? No, I didn't know that was their weapon. The name Bowie just appealed to me when I was younger. I was into a kind of heavy philosophy thing when I was 16 years old, and I wanted a truism about cutting through the lies and all that.
Burroughs: Well, it cuts both ways, you know, double-edged on the end.
Bowie: I didn't see it cutting both ways till now.

quinta-feira, novembro 10, 2005

Aviso...

... a partir de amanhã arrisco avançar com os meus primeiros textos... isto anda mais recreativo que criativo...

Homem Nu

Uma série de pessoas aterra no Festim Nu à procura de homens nus. Desculpem, acho que acabo por não corresponder exactamente às vossas expectativas… Este post é para todos vós…


Billy puts a finger to his lips. He makes a motion of looking through a telescope and wiggles his ears. The other boy throws him a towel from the bed and he drops in over the rug. He stalks back to the bed, his shorts sticking out at the fly. He stops at the foot of the bed and pulls his shorts down, and his dick flicks out like a switch-blade as Billy clicks is tongue. He kicks his shorts over his shoulder and stands there, shaking his hands above his hand as if acknowledging the applause of a vast crowd. Robert has thrown back the sheet and is sprawled naked with a hardon, one foot sideways on the floor showing the dirty hole. They look at each other and their throbbing phalluses pick up the same rhythm – throb throb throb – heartbeats like drums in the dark room. Flash of signal drums and bleeping heart beat recorders. Billy does a slow-motions pratfall, legs in the air, applauding with his feet as Roberts pivots between his legs and they do a slow-motion underwater act, Billy squirming like a clam, flushing pink and purple and iridescent as the radiator starts gurgling and trilling and thumping like a copulating dinosaur and they ride the radiator sound-effects to a chorus of tremendous thumps that shake the old building to its foundation.
Burroughs, Blade Runner, a Movie

Não sei o que pensam, mas há sempre muito de um universo adolescente nos textos de B., no que se refere a sexo. Outros autores da época são muito mais crus, sexuados. Não sei se por algum pudor relativo à homossexualidade… Mas gosto do tom…

Fuga

Flash of nude boy with Mercury sandals and a doctor’s satchel. A boy is seen running through the streets of lower Manhattan, dodging from one doorway to another as the credits come on. Blowing snow… dogs bark from the windows of derelict buildings. The boy is leaning into the wind, snow in his face. He collapses for a moment, leaning against a tree. He passes a vacant lot with frozen corn shucks. As he runs, the weather gets milder. Frogs jump into a pothole, weeds and bushes grow up through undergrowth and gulleys full of branches. He his clearly running from something now. Sound of a chainsaw behind him. He stumbles and falls and turns screaming as a tree falls on him in a cloud of sawdust.
Burroughs, Blade Runner, a Movie
Imagino uma estátua de mármore. Um dia de Inverno. Uma ida ao dentista. Um dia mau.

quarta-feira, novembro 09, 2005

a neura continua...

... não há maneira de passar... entretanto, fiquem com a tal poesia. espero que gostem (tem tudo a ver com hoje...).

VASO CORONÁRIO (Heiner Müller)

O médico mostra-me o filme É ESTE O SÍTIO
VEJA POR SI Tu sabes agora onde Deus mora
Cinzas o sonho de sete obras-primas
Três degraus e a esfinge mostra as suas garras
Considera-te feliz se o enfarte te apanhar de repente
Sem que um inválido mais atravesse a paisagem
Uma trovoada no cérebro chumbo nas artérias
O que tu não querias saber
O TEMPO ESTÁ CONTADO
As árvores no caminho de regresso escandalosamente verdes

Dentes podres em Paris



Alguma coisa me consome


Fumo demasiado
Bebo demasiado

Morro de menos
(Müller)

Acordei com uma neura...

Diálogo entre Burroughs e Bowie (parte I)


Burroughs começa, "I don't like talk and I don't like talkers."

Bowie apenas lera Nova Express. Burroughs apenas conhecia dois temas de Bowie ('Five Years' e 'Starman'), mas conhecia as letras.

Mas avanço já para a conversa (as partes melhores… a coisa é grande):

Burroughs: They try to categorize you. They want to see their picture of you and if they don't see their picture of you they're very upset. Writing is seeing how close you can come to make it happen, that's the object of all art. What else do they think man really wants, a whiskey priest on a mission he doesn't believe in? I think the most important thing in the world is that the artists should take over this planet because they're the only ones who can make anything happen. Why should we let these fucking newspaper politicians take over from us?
Bowie: I change my mind a lot. I usually don't agree with what I say very much. I'm an awful liar.
Burroughs: I am too.
Bowie: Nova Express really reminded me of Ziggy Stardust, which I am going to be putting into a theatrical performance. Forty scenes are in it and it would be nice if the characters and actors learned the scenes and we all shuffled them around in a hat the afternoon of the performance and just performed it as the scenes come out. I got this all from you Bill... so it would change every night.
Burroughs: That's a very good idea, visual cut-up in a different sequence.
Jornalista: What about love?
Burroughs: Ugh.
Bowie: I'm not at ease with the word 'love'.
Burroughs: What is your inspiration for writing, is it literary?
Bowie: I don't think so.
Burroughs: Well, I read this 'Eight line poem' of yours and it is very reminiscent of T.S.Eliot.
Bowie: Never read him.
Burroughs: (Laughs) It is very reminiscent of 'The Waste Land'. Do you get any of your ideas from dreams?
Bowie: Frequently.
Burroughs: I get seventy per cent of mine from dreams.
Bowie: There's a thing that, just as you go to sleep, if you keep your elbows elevated you will never go below the dream stage. And I've used that quite a lot and it keeps me dreaming much longer than if I just relaxed.
Burroughs: I dream a great deal, and then because I am a light sleeper, I will wake up and jot down just a few words and they will always bring the whole idea back to me.Bowie: I keep a tape recorder by the bed and then if anything comes I just say it into the tape recorder. As for my inspiration, I haven't changed my views much since I was about 12 really, I've just got a 12-year-old mentality. When I was in school I had a brother who was into Kerouac and he gave me On The Road to read when I was 12 years old. That's still a big influence.
... sempre sonhos e imagens mentais!

terça-feira, novembro 08, 2005

We belong to everyone, all the best things in life are free…

... William Burroughs, Blade Runner, a Movie

Isto cantado por médicos e enfermeiras. Dá mais uma bela imagem...

Carta Fragmentária a um Amor Perdido

Cidades paisagens ocupadas pela tristeza:
Já não as posso ver com os teus olhos
...
You were breasts thigs buttocks no name
Serás ossos pó nenhuma lembrança


O poema é de Heiner Muller (com dois pontinhos no ú...). Sou ignorante em matéria de poesia, conheci o autor através de um álbum (de culto) dos Mão Morta. Irei voltando a ele, em breve ao meu texto preferido, que termina com duas palavras crueis: escandalosamente verdes.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Ondeéqueeujávi isto???dasse

Here we are, paying to keep the niggers and the spics and the beatniks in hotels and hospitals. We pay for their stinking dope habits, give them money not to work, and what about us? Blade Runner, a Movie

Sim pá, what about us? Hospital. Beatniks por todo o lado: à janela, pendurados nos candeiros (mijam em cima dos médicos), debaixo das camas (a uivar, em honra de Ginsberg). Abrem armários, sonham com lagostas escritoras num sábado à noite num casino em Las Vegas. Não sei o que é um spic...
Abaixo a discriminação. Tocassonhar...

Conspiração

Overpopulation has led to ever-increasing governmental control over the private citizen, not on the old style police-state models of oppression and terror, but in terms of work, credit, housing, retirement benefits, and medical care: services that can be withheld. These services are computerized. No number, no service. However, this has not produced the brainwashed standardized man units postulated by such linear prophets as George Orwell. Instead, a large percentage of the population has been forced underground. How large, no one knows. These people are numberless. Blade Runner, a Movie

Por falar nisso, conhecem o tema de Tom Waits, Underground (there´s a world going on underground...)???. Podia bem ser um dos habitantes dos subterrâneos.

Seria um diálogo interessante, T.W. e Burroughs. José Carlos Fernandes faria as ilustrações. A sua “Pior Banda do Mundo” acompanhava a coisa. As garrafas de moscatel (de Setúbal, roxo de preferência) rodariam pela mesa. Pelo meio criaturas de Miazaki e Vian (gatos, enguias e figuras mágicas).
Concentrem-se na imagem...

Fotos procuram-se

De vez em quando vou reforçando este pedido de apoio. Enviem fotografias que considerem enquadrar-se aqui na temática do blog. Vou escolhendo e, obviamente, apresento o(a) autor(a).
Send some photos that you think could fit in this blog. I´ll post them next to my favourite Burroughs selections. And, of course, present the author. Send them to

festimnu@gmail.com
Obrigado!!

An endangered forest of words, narcotics, memories and lessons. The trip is one not to be easily forgotten, full of fun and fury and feverish imaginings.

(Free Creation! You can send some words to – I´ll select the best viruses)


A primeira contribuição foi esta (começou bem...). Como quem a enviou referiu: É algo profética. Adequa-se bem ao mister Lee!

Obrigado Interzone!




sexta-feira, novembro 04, 2005

antes do fim de semana, mais umas notas sobre burroughs

I formed a romantic attachment for one of the boys at Los Alamos and kept a diary of this affair that was to put me off writing for many years. Even now I blush to remember its contents. During my Easter vacations in the second year I persuaded my family to let me stay in Saint Louis, so my things were packed and sent to me from the school and I used to turn cold thinking maybe the boys are reading it aloud to each other.

When the box finally arrived I pried it open and threw everything out until I found the diary and destroyed it forthwith, without a glance at the appalling pages. This still happens from time to time. I will write something I think is good at the time and looking it latter I say, my God, tear it into very small pieces and put it into somebody else’s garbage can. I wonder how many writers have had similar experiences. An anthology of such writing would be interesting.


In 1943 I met Kerouac and Ginsberg. K and I collaborated on a novel based on the Car-Kammerer case, which we decided not to publish, and again I lost interest in writing.

I can remember only one attempt between 1943 and 1949. I was living in Algiers, Louisiana, across the river from New Orleans. I was on heroin at the time and went to New Orleans every day to score. One day I woke up sick and went across the river, and when I got back I tried to recapture the painful over sensitivity of junk sickness, the oil slick over the river, the hastily parked car.

Para a semana coisas novas: imagens mentais do livro Blade Runner, a Movie e, um diálogo entre Burroughs e David Bowie (entre outras coisas...). Abraço a todos, bom fds.

não resisti...

Não resisti... passem pelo post "2 of my favorite portuguese bands" (passada quarta-feira), e vejam os comentários para perceberem. Uma homenagem.

A imagem, tirei-a do blog Sete & Sismos.

Viram o filme? Gostaram? É um dos meus filmes preferidos.

Grande Jorge

Tive ontem no concerto na Ala Magna (Seu Jorge). Gostei mas confesso que gosto mais do disco (Cru, o único que conheço). Não sou (de todo) adepto de música brasileira mas gosto deste gajo. Tem conteúdo, não cai nos tiques habituais.
Muita percussão, umas quantas palavras bem dirigidas. Valeu a pena.
Sabem alguma coisa sobre o senhor? Alguém esteve lá ontem?
Bill Murray diz qq coisinha...